Para se ter uma ideia da sua importância e do que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo, dados do Banco de Desenvolvimento da América Latina, mostram que a floresta amazônica se espalha por oito nações da América do Sul, sendo elas: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Se fosse um país, seria o sétimo maior do mundo em extensão territorial. A maior parte desse bioma – 60,1% – está em território brasileiro, sendo aqui intitulada de Amazônia Legal. Sua superfície engloba a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão.
Diante da sua vastidão, calcula-se que o território da Amazônia se estenda por aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados de extensão, dos quais cerca de 80% são florestas. Esse bioma abriga recursos valiosos e inestimáveis para o futuro da humanidade. Entretanto, apesar da inestimável riqueza, ela não pode ser considerada infinita, visto que hoje se vê profundamente ameaçada por desequilíbrios ambientais e climáticos e pelo avanço da crise hídrica.
Ainda, segundo a mesma fonte, a bacia amazônica é atravessada por milhares de rios que geram cerca de 20% da água doce do planeta. Esse fabuloso ecossistema contém 25% da biodiversidade terrestre, mais espécies de peixes do que qualquer outro sistema fluvial, 6.000 espécies de animais e pelo menos 40.000 espécies de plantas. Embora a Amazônia cubra somente 1% da superfície do planeta, é o lar de 10% de todas as espécies de vida selvagem que conhecemos.
Além de suas notáveis florestas tropicais úmidas, a bacia hidrográfica que dá origem à Amazônia conta com outras variadas paisagens e ecossistemas, onde se incluem, ainda, florestas inundadas ou várzeas, savanas e uma rede intrincada de rios, lagos e igarapés. A Floresta Amazônica é composta de uma biodiversidade sem igual, gerando uma riqueza incalculável para a sociedade brasileira, que parece desconhecer seu devido valor.
Embora os entraves para a preservação da Amazônia ainda sejam muitos, os mecanismos de resistência à sua devastação também têm avançado e diversas ações se concentram em chamar a atenção da população para o crescente desmatamento e queimadas na Amazônia, em decorrência da exploração de seus recursos naturais, o que tem causado profundos danos a este bioma de valor inestimável.
O Dia da Amazônia marca, portanto, uma ocasião especial para comemorar as importantes conquistas e descobertas realizadas nos últimos anos e para fortalecer as diversas lutas, ainda, hoje em pauta.
Conhecendo suas riquezas
É sabido que a Amazônia corresponde a cerca de 7% da superfície total do planeta e possui aproximadamente 50% da biodiversidade mundial. Em razão, sobretudo, de sua rica cobertura florestal e de sua consequente capacidade de filtragem do ar atmosférico, já chegou a ser considerada como uma espécie de “pulmão do mundo”. Embora do ponto de vista da ciência o título seja equivocado, pois em verdade este papel deve ser atribuído às algas marinhas. De qualquer forma, isso demonstra a enorme importância do bioma para o equilíbrio ambiental global, sobretudo o hídrico e climático.
Em linhas gerais, como ficou demonstrado, essas contribuições só podem ser asseguradas mediante a preservação da densa cobertura vegetal amazônica, que abriga pelo menos 40 mil espécies de plantas já catalogadas. Isso porque suas florestas e demais vegetações nativas são, ainda, as principais responsáveis pela manutenção do chamado ciclo das águas, cuja eficiência garante a estabilidade do clima global. Esse fator pode ser considerado determinante para o abastecimento de importantes recursos hídricos, em especial o do próprio rio Amazonas, considerado o segundo maior do mundo.
Percorrendo o alto dos Andes até desaguar no Atlântico, as águas do Amazonas serpenteiam mais de 6.000 km de extensão, levando um grande volume transportado que equivale a quase um sexto de toda a água doce que hoje alimenta os oceanos. Além disso, a umidade de parte da Bacia Amazônica atinge e regula o clima de países como a Argentina e Uruguai.
Por sua abundância hídrica e vegetal garante, por sua vez, a sobrevivência atual de milhares de espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes na região. Além disso, os cientistas também estimam que haja, na parte brasileira da Amazônia uma grande quantidade de invertebrados (entre 90.000 e 130.000).
De acordo com estudiosos, a riqueza do bioma não se restringe apenas à sua vasta biodiversidade. Ele abriga também uma rica diversidade sociocultural, da qual participam, pasmem, cerca de 30 milhões de pessoas. Nesse contingente, estão incluídos ainda, só na Amazônia brasileira, mais de 200 povos indígenas. Além desses, há também outras comunidades tradicionais que dependem igualmente do bioma para sobreviver, extraindo dele, portanto, suas principais fontes de matérias-primas alimentares, florestais, medicinais e minerais.
Além de todas essas considerações, existe outra importante que deve ser levada em conta, aquela em que a Amazônia se destaca como sendo o bioma brasileiro que possui a maior extensão de territórios protegidos. Segundo informações divulgadas pela WWF-Brasil, o bioma abriga, ao todo, atualmente, mais de 300 Unidades de Conservação (UCs). Elas se dividem entre as esferas de administração federal, estadual e municipal e representam 26% do total da área da Amazônia.